sexta-feira, 17 de maio de 2013


NÃO FIZ NADA PARA NASCER
E SOU INTIMADO A MORRER

Para mim a morte explica-se como História Natural, como aquilo que tornou possível o pensamento. Se temos uma meta, parece-me que só pode ser a morte. Tudo o que se diz é sempre sobre a morte.
O nosso nascimento lança-nos numa amnésia, ávidos de mar grosso e de palavras, ávidos de algumas sombras de amor. Tentamos ressuscitar a xícara e fracassamos, o fôlego e fracassamos,
tentamos ressuscitar o que somos nesse instante e fracassamos, porque não se trata de ressuscitar ou não, trata-se de sumir numa Fuga, de Johann Sebastian Bach, para não se sabe onde, para onde não se sabe mais.

Um comentário:

Fernando Vieira disse...

Belo texto sobre o tema que mais atormenta os viventes