quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

George Seeley, 1900



A BANHISTA

A pálpebra da banhista
encostou na pele do jarro,
porque fazia 40 graus à sombra do cipreste.

O real, o um do jarro,
é antecedido pela palavra jarro,
pelo que em Deus já é jarro,
mesmo sem jarro ser ainda.

Enquanto jarro-coisa, o jarro é irreal,
e a pálpebra da banhista
continua encostada na pele do jarro.

Agora, para que respire,
o inexistente jarro-coisa
converte-se no uso do jarro-palavra,
onde a banhista encosta a pálpebra.

Nenhum comentário: