quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Caroline Hyman, 2006



números

a primeira prímula
o segundo copo de gim
o terceiro vento
na cortina do quarto de dormir
o quinto dos infernos
o sexto patriarca zen

o sétimo sentido

Gustave Doré (1832-1883)


Um sol de gelo paira a Casa de água: o que eu adoro é ninfa imaterial, agreste brancura da flor de mandacaru, dançar na Casa de água de Georgia O’Keeffe ou sonhar o pescoço de Vishnu, depois rabiscar águas com barcas brancas. O sonho humano se abrupta nos escolhos. Georgia O’Keeffe lambe, com língua de vaca, o sal do gramofone. No seu túmulo, grafado em pedra, inscreve-se: eu fui uma Casa de água.

Um grafismo de Fernando José Karl



Os Irmãos Lumière

Os franceses Auguste (1862 -1954) e Louis (1864- 1948) são responsáveis pela primeira exibição pública de uma imagem em movimento (em 1895) e, por isso, são considerados, muitas vezes, como sendo os fundadores da Sétima Arte.

Suas fitas mostravam acontecimentos comuns: operários saindo da fábrica em Lyon/França; ondas agitando-se no mar etc. Em 1896 inauguraram a primeira sala de projeções cinematográficas na Rússia.
Dezesseis dos mais importantes cineastas do mundo reverenciam os Irmãos Lumière com filmes de, aproximadamente, 55 segundos.

Miró (1893-1983)


A pálpebra da banhista encostou na pele do jarro, porque fazia 40 graus à sombra do cipreste. O real, o um do jarro, é antecedido pela palavra jarro, pelo que em Deus já é jarro, mesmo sem jarro ser ainda. Enquanto jarro-coisa, o jarro é irreal, e a pálpebra da banhista continua encostada na pele do jarro. Agora, para que respire, o inexistente jarro-coisa converte-se no uso do jarro-palavra, onde a banhista encosta a pálpebra.

Anônimo, 1920


eu te amo porque a vida é breve, depois seremos apenas um pensamento que corre no bosque com saudade dos domingosque não passamos à beira-mar. eu não te quero pra mim. eu te quero só pra ti
– inteira –
para o paraíso.

Cartum: Yuri Kosobukin/Texto: Fernando José Karl



E não é que a cabeça caiu justo no bolo he he he

Capa de revista


Em busca do tempo perdido



Henry B. Goodwin, 1920

Gunnar Bohman, singer

Em busca do tempo perdido



Ruth Orkin, 1950

Humphrey Bogart (1899-1957)