terça-feira, 13 de outubro de 2009

A RESPIRAÇÃO DOS VELHOS

Esse poema foi escrito em reverência

à vó Ana Castro de Jesus Leão Beeck, 97 anos.


Cobrir-se com o plânctum da alegria, antes que o langor da preguiça nos olvide entre ceras. O nada da brisa, a perfeição da leveza nesse terreno coberto de bambus. Quantas noites mansas escuto grafadas em tábuas de caligrafia chinesa? Construídas com ossadas de velhos sábios, as tábuas guardam a respiração deles. A caligrafia salva do esquecimento: soluços, amor, relva, idioma de velhos sábios que reverenciam o silêncio nesse terreno coberto de bambus.

Nenhum comentário: