segunda-feira, 11 de maio de 2009

LES BAINS DE CARACALLA


Escuto atentamente as palavras de León-Paul Fargue : Sonhei tanto, sonhei tanto, que não sou mais daqui. Às águas da piscina de Caracalla levo a alma, – na piscina nadam cinco Danaides –, levo a sede às cacimbas. Com pureza entro na barca do pensamento; agora sei que as Danaides é que arejam a língua da piscina. Há dentro de mim uma água que não existe. Há uma fonte além do vento e da morte: nela água é humilde. A cisterna que a contém recende a um acorde de pólen. A música é haste de gramínea entre os cabelos das Danaides. Esqueci minha língua de piscina no tímpano de uma delas a com o leque.

2 comentários:

Adrianna Coelho disse...


Um amigo indicou o seu blog, e eu comecei a acompanhar algumas postagens, como li outras mais antigas (gostei da Adriana dos Anjos).
Na verdade, estava me preparando para comentar quando vc publicou esse texto. Fiqui abismada (posso dizer isso? rs)
Fargue, banhos de Caracalla e uma água que não existe...
Vou ler tudo por aqui!

Carlos Alberto disse...

So dois Adriana.