quarta-feira, 4 de junho de 2008

7 cotidianos de Yuval Yairi







MAS O POETA MORA A SÓS NUMA CASA DE ÁGUA
(De um poema de Hilda Hilst)

Um sol de gelo paira a Casa de Água:
o que eu adoro é ninfa imaterial,
agreste brancura da flor de mandacaru,
dançar na Casa de Água de Georgia O’Keeffe
ou sonhar o pescoço de Vishnu,
depois rabiscar águas com barcas brancas.

O sonho humano se abrupta nos escolhos.

Georgia O’Keeffe lambe, com língua de vaca,
o sal do megafone.

No seu túmulo, grafado em pedra, inscreve-se:
eu fui uma Casa de Água.

Anônimo, 1870


De 1870 a 1875 aqui era a Mayall & Co. A partir de 1876 o estabelecimento passou a se chamar Cervejaria Bürgerbräukeller.